As ilhas portuguesas |
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Os arquipélagos da Madeira e dos Açores situam-se no Oceano Atlântico,
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A descoberta da Madeira |
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A descoberta definitiva das ilhas da Madeira foi feita pelos portugueses. Se é provável que anteriormente lá tivessem passado outros barcos e outros povos, o certo é que continuaram desertas, solitárias e esquecidas no meio do Oceano Atlântico, até à chegada de João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira à ilha de Porto Santo. Não se sabe com precisão a data, mas situa-se entre 1417 e 1420. No entanto o ano mais provável, segundo os especialistas, é 1418. Do que não há dúvidas é que estes capitães e os marinheiros que com eles iam navegavam ao serviço do Infante D. Henrique que, nessa época, estava empenhado em organizar viagens para a costa de África. Já há divergência quanto ao rumo que João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira levavam: há quem considere que se dirigiam à costa de África, mas foram desviados por uma tempestade, indo parar por acaso à ilha de Porto Santo; outros crêem que foram enviados para fazer a descoberta oficial e tomar posse das ilhas de que já havia notícia. De qualquer modo, só depois da sua viagem é que estas ilhas entraram na História. Em relação ao nome de Porto Santo também não há acordo. Uns dizem que foi por terem chegado lá no dia 1 de Novembro, dia de Todos os Santos; outros que foi por se terem salvo de um temporal; outros ainda que apenas mantiveram o nome posto por outros marinheiros que ali tinham aportado, levados por alguma tempestade e aí encontraram salvação. Nessa primeira viagem não foram à ilha da Madeira, regressaram ao reino a dar conhecimento da descoberta ao Infante D. Henrique, levando indicações sobre a localização e a rota e amostras de terra e plantas. No ano seguinte, com Bartolomeu Perestrelo, voltaram a Porto Santo para ocuparem a ilha. Desta vez não a encontraram deserta, mas ocupada por frades franciscanos sobreviventes de um naufrágio. A esse lugar chamaram Porto de Frades. De Porto Santo à Madeira a distância é curta e, por isso muitos historiadores pensam que os navegadores terão passado de uma ilha à outra de imediato e sem dificuldade. Se assim foi ninguém o registou por escrito. Os relatos que existem contam uma história bem diferente, que, no entanto, pode não passar de mais uma fantasia, pois não foi escrita pelos próprios. Da ilha de Porto Santo avistava-se uma grande nuvem negra, de que os homens tinham medo julgando que seria a boca do Inferno (o escuro seria o fumo negro da fornalha onde ardiam as almas penadas pecadoras) ou o começo de um abismo onde os barcos cairiam fora da borda do mundo. O capitão Zarco resolveu meter-se no barco com alguns homens e ir ver o que era aquilo. Saíram de madrugada e por volta do meio-dia chegaram ao local da escuridão. Aí os marinheiros entraram em pânico com os rugidos tenebrosos que ouviam e não conseguiam ver de onde provinham. Mas o capitão continuou em frente até avistarem uma ponta de terra. Deram a volta para sul, onde havia menos nevoeiro, e perante eles surgiu então uma ilha muito bela, coberta de arvoredo __ a ilha da Madeira. Chamaram Ponta de S. Lourenço à primeira ponta de terra que avistaram, por ser o nome do navio do capitão. Como já era noite, ficaram nos barcos e só na manhã seguinte foram a terra onde ficaram encantados com a beleza da ilha: montanhas altíssimas caindo a pique sobre o mar, vales verdejantes e abrigados, baías da águas transparentes e calmas, vegetação densa até à praia, frutos à mão de semear, pássaros que, nunca tendo visto gente e não temendo as suas armadilhas, vinham pousar na cabeça e nos ombros dos homens. De acordo com algumas versões, terão encontrado vestígios de passagem de gente, bem como dois túmulos (os companheiros de Machim e as sepulturas dos dois amantes). A este lugar chamaram Machico. Terá sido até dentro da árvore oca que teria servido de abrigo aos Ingleses que se armou um altar e se disse a primeira missa na ilha. Mais tarde nesse lugar foi construída um igreja. No dia seguinte, deixando os barcos ancorados em Machico, partiram em batéis a fazer uma viagem de reconhecimento da ilha, sempre encantados com o que viam. Foram dando nomes aos pontos por onde passavam: Ponta do Seixo a um sítio onde havia seixos, Santa Cruz a um local onde o capitão mandou erguer uma cruz; Funchal a um vale coberto de pedrinhas onde a única vegetação era funcho; Câmara de Lobos onde encontraram muitos lobos marinhos; Cabo Girão ao último ponto por onde passaram no fim deste seu primeiro giro. Sendo as ilhas desertas, não tinham dono, por isso D. João I deu-as ao filho, o Infante D. Henrique, como prémio de as ter mandado descobrir. Este dividiu as ilhas em três capitanias, duas na Madeira e uma em Porto Santo e entregou-as aos seus descobridores para que as povoassem e desenvolvessem. Bartolomeu Perestrelo ficou com a ilha de Porto Santo e os outro dois dividiram a Madeira entre si. Não se sabe a data exacta do início da colonização, mas os documentos apontam datas entre 1420 e 1425. Os capitães partiram acompanhados das suas famílias, animais domésticos, utensílios variados e sacos de sementes. Além destes foram também mais homens da pequena nobreza, uns solteiros, outros já com família, e gente do povo. Alguns eram criminosos a quem o rei perdoou crimes menores para irem como colonos. E foram estes colonos que enfrentaram os problemas de tornarem habitáveis duas ilhas desertas, o que nem sempre foi fácil, sobretudo em Porto Santo, onde a água e a vegetação eram escassas. Na Madeira, pelo contrário foi o excesso de arvoredo que trouxe problemas para a agricultura. A única maneira que encontraram para resolver a questão foi deitar fogo ao mato, que ardeu num braseiro incontrolável: conseguiram-se clareiras, mas durante sete anos houve focos de incêndio na ilha que ninguém conseguia dominar. Quando soprava o vento do norte, as gentes do Funchal tinham que fugir para os barcos e fazer-se ao largo, de tal maneira o calor era insuportável. Em Porto Santo houve ainda outro problema: os coelhos. Bartolomeu Perestrelo levou na viagem uma coelha grávida. Os coelhinhos deram-se tão bem e reproduziram-se tão depressa que em breve se transformaram numa praga que destruía todas as culturas. |
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Descoberta dos Açores |
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O primeiro mapa em que aparece o arquipélago dos Açores muito parecido com o que é na realidade é de 1439 e foi feito por um cartógrafo catalão chamado Gabriel Valseca. Nele é apontado o nome do português Diogo de Silves como seu descobridor. As datas prováveis dessa primeira viagem são 1427 ou 1432. O mapa não inclui ainda as ilhas de Flores e Corvo. Isto leva a que historiadores como o professor Luís de Albuquerque, um dos maiores especialistas nos Descobrimentos Portugueses, considere que a chegada dos portugueses foi um descobrimento absoluto. No entanto há quem continue a afirmar ter havido descobridores anteriores, pescadores ou marinheiros, que deram com as ilhas por acaso, ao desviarem-se das suas rotas. Souberam da sua existência mas não consta que essa informação tenha sido aproveitada. As ilhas eram desabitadas, com clima suave e cheias de vegetação. É de 1439 o primeiro documento sobre o povoamento dos Açores. É uma carta e diz que: o Infante D. Henrique já tinha mandado soltar ovelhas e cabras nas sete ilhas dos Açores; o regente, D. Pedro, irmão do Infante D. Henrique e tio de D. Afonso V, que nessa altura tinha apenas seis anos, autorizava-o a mandar colonos para povoarem as ilhas. A colonização foi feita no sistema de capitanias. Conforme era costume da época, o Infante entregou as ilhas a capitães-donatários da sua confiança que se tornavam responsáveis pelas terras. Cada um deles tinha que chamar gente, mandar cultivar os campos, construir cidades e organizar a vida da população. Nos seus territórios, cada um era como um rei, até na aplicação da justiça e no arrecadar dos rendimentos obtidos; só tinha que pagar um imposto ao Infante D. Henrique ou ao Infante D. Pedro. Os primeiros capitães donatários foram portugueses e flamengos: Gonçalo Velho Cabral, que levara as ovelhas nas viagens anteriores, ficou com S. Miguel e S.ta Maria, em 1439; o flamengo Jácome de Bruges, casado com uma portuguesa, recebeu a Terceira, em 1450; Faial e Pico foram entregues a outro flamengo __ Josse van Hurtere (de onde deriva o nome da cidade da Horta) em 1466. As ilhas de Flores e Corvo foram descobertas em 1452 por Diogo de Teive, que partira do Faial com um filho e, quando menos esperava, viu pela frente aquelas duas pequenas e bonitas ilhas. Estas duas capitanias foram dadas a Guilherme van der Haegen, que também recebeu a de São Jorge, em 1470. A Graciosa só foi povoada em 1510 por Pedro Correia e Vasco Gil Sodré. O nome do arquipélago __ Açores __ vem do grande número desses pássaros que sobrevoavam as ilhas quando foram descobertas. |
MAIS UMA CIMEIRA IBÉRICA Vai decorrer, em Évora, nos dias 18 e 19 de Novembro Carlos Eduardo da Cruz Luna Fonte: Jornal "DIÁRIO DE NOTÍCIAS", |
Grupo dos Amigos de Olivença Divulgação 12-2005
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